PARTE I – Como ser um empreendedor que cria impacto social?

PARTE I – Como ser um empreendedor que cria impacto social?

A procura por lucro não impede a procura por melhorar as condições de uma comunidade. No caso do empreendedorismo social, a empresas que se assumem como tal preocupam-se exatamente com o coletivo e os bens e serviços que produzem contribuem para esse propósito.

 

Dados do Global Entrepreneurship Monitor, revelam que o empreendedorismo social envolve entre 2,5% a 5% da população europeia. Já em Portugal, a percentagem é de 3,2%, ou seja, cerca 160 mil portugueses estão a lançar projetos com o objetivo de tornarem o mundo num lugar melhor.

 

De forma simples, o empreendedorismo social consiste na criação de um negócio inovador com o objetivo de resolver um problema social de forma sustentável, procurando, mais do que lucro ou investimento, criar valor social.

Mas que problemas são esses? O que é um “problema social”? É uma situação recorrente que afeta várias pessoas ou que não está a funcionar como seria ideal, seja relacionada com a educação, a saúde, os direitos humanos, o ambiente ou qualquer outra área. No entanto, trabalhar com questões sociais não deixa de ser complicado pela exigida criatividade e bom senso, em medidas consideráveis.

E será conciliável obter lucro e ser solidário com a sociedade? Sim, é possível obter lucro e dar uma valiosa contribuição aos outros, desenvolvendo, propondo e aplicando medidas simultaneamente lucrativas e benéficas (e com uma rápida pesquisa não faltam bons exemplos!).

As empresas que se apresentam como um projeto de empreendedorismo social têm sido enquadradas no “setor dois e meio”. Partindo da divisão sociológica de primeiro setor (público, Estado), segundo setor (privado) e terceiro setor (instituições sem fins lucrativos), estas empresas enquadram-se numa posição intermediária entre o segundo e o terceiro por procurarem o lucro (para a sustentabilidade empresarial) e o bem-estar social em simultâneo.

 

Felizmente, todo o alarido à volta deste novo conceito tão em voga despertou o interesse de muitas empresas que começam a assumir uma missão social ou implementam boas práticas de gestão ambiental.

Essas empresas descobriram que o sucesso no mercado se relaciona facilmente com o bem-estar social e por isso encaminham recursos humanos e financeiros para o desenvolvimento social de ações sustentáveis e ações que contribuem para melhoria do nível de vida comunitário.

Com isto surgiu até um movimento global chamado B Corp – conta com mais de 2200 empresas em todo o mundo, incluindo empresas portuguesas – cujo objetivo é criar uma competição entre empresas, para serem as melhores para o mundo e que assim a sociedade caminhe em direção a patamares de bem-estar igualitários e duráveis.

Para isto, as “empresas B” procuram “desenvolver inovações que respondam às preocupações da sociedade, acreditando que é o que devem fazer em termos éticos, mas também que é a estratégia mais acertada para o seu negócio”.  Por outras palavras, vão para além do objetivo de gerar lucro, inovando para maximizar o seu impacto positivo global, seja sobre os funcionários, as comunidades onde se inserem ou o meio ambiente.

 

Por último, não poderão essas preocupações sociais representarem uma distração para as empresas na condução do seu negócio? Pelo contrário, dados do Financial Times revelaram já que estratégias de investimento assentes em critérios sociais trazem mais retorno do que estratégias de investimento sem preocupações sociais. A mesma publicação deduziu até que a não inclusão de empreendimentos sociais nas empresas conduzirão ao risco de perda de oportunidades de financiamento e ainda da capacidade de reter talento.

 

Com tudo isto, começamos a concluir que estão a ser lançadas as pedras basilares para uma nova economia de real impacto, onde há recompensa não só pelos lucros a curto prazo, mas também pelo foco nas preocupações de longo prazo e, principalmente, por fazer delas o fio condutor do negócio.

 

Think social, change the rules!

Rafaela de Melo

Fontes: Dinheiro VivoEconomiasJornal de NegóciosNovo NegócioPequenas e Médias Empresas

 

Sobre Mim

Olá! Chamo-me Rafaela, tenho 21 anos, sou licenciada em Serviço Social e em breve iniciarei o mestrado em Economia Social.

O que mais gosto é de comunicar e aprender, o que me leva a envolver-me em projetos das mais diversas áreas: por isso estou na Forall Phones!

Sou embaixadora desde maio de 2018 e em junho fiquei responsável por escrever sobre o Forall Social.

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