Voluntário: termo exigente, mas tão fácil de bem o ser!

Voluntário: termo exigente, mas tão fácil de bem o ser!

Voluntariado?

          Não, não vou trabalhar de graça!

          Sim, é bom para o currículo…

          Não, não tenho tempo para isso!

          Sim, até oferecem o lanche…

          Não é nada comigo, a responsabilidade é do Estado!

          Sim, assim sou boa pessoa…

          Não vou fazer o que os outros não querem!

          Sim, só para não dizerem que não faço nada…

          Não é preciso ir, já há tantos voluntários!

Todos temos uma desculpa… Ou um motivo. Com a profundidade de uma pinga d’água.

 

A base do voluntariado é a VONTADE de participar nalgum projeto que, no final de contas, ajuda a melhorar alguma situação.

Atuar como voluntário é assumir uma postura pró-ativa, sem intuitos de retribuição e empenhar-se em melhorar a qualidade de vida da sociedade.

O trabalho voluntário é quando uma pessoa se prontifica a fazer algo gratuitamente em prol de uma causa, mobilizando energias, recursos e competências para ações de interesse coletivo. Pode ser uma questão de algumas horas ou uma dedicação integral durante um tempo. Pode ser no fim da rua, na cidade vizinha ou do outro lado do mundo. Causas e oportunidades não faltam!

Voluntários da Forall Family a animar o campo de férias Contu Mil Sonhos

Mas desengana-te se pensas que o voluntariado é uma coisa simples, é sim simples de bem o fazer, mas é tão importante que tem até legislação: Lei nº 71/98, de 3 de novembro. E com direitos e deveres, como é óbvio.

A lei portuguesa define o voluntariado como o conjunto de ações de interesse social e comunitário, realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projetos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, famílias e comunidade, desenvolvidos sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas.

Já um voluntário é alguém que de forma livre, desinteressada e responsável se compromete, de acordo com as suas aptidões e tempo livre, a realizar ações de voluntariado no âmbito de uma organização promotora.

 

Infelizmente, de acordo com o Eurobarómetro e o European Value Study, Portugal está entre os países da União Europeia em que a participação em atividades de voluntariado é mais baixa.

O último Inquérito ao Trabalho Voluntário do Instituto Nacional de Estatística revela que apenas 1 em cada 10 portugueses faz voluntariado, o que representa uma taxa de voluntariado de 11,5%. Números inferiores à média europeia que é de 24%.

Estes dados poderiam demonstrar apenas que os portugueses têm menos tempo para dedicar ao outro, menos vontade de se entregarem a uma causa ou menos paciência para trabalharem sem retorno, mas a verdade é que o voluntariado gera um valor económico quantificável e isso é importante! Não é por um trabalho não ser remunerado que não gera valor.

 

Cada vez mais os governos e a sociedade civil reconhecem a relevância do voluntariado como um sector dinâmico da sociedade, cuja atividade vem complementar as atuações profissionais, tanto públicas como privadas.

O caso das Instituições Particulares de Solidariedade Social portuguesas é um bom exemplo! Os números apontam para cerca de 56 mil trabalhadores e 25 mil voluntários que apoiam diariamente 480 mil pessoas. Há empregos e há trabalho voluntário que se complementam no sentido de prestar o melhor serviço e apoio possível, pois só trabalho remunerado ou só trabalho voluntário não funcionariam.

Não existe evidência estatística que estabeleça uma relação causa-efeito entre o voluntariado e o desemprego, nem causa-efeito entre o voluntariado e o emprego, mas é possível verificar que na União Europeia os países com as maiores taxas de voluntariado tendem a ser aqueles com as menores taxas de desemprego

Voluntários da Forall Family em visita à Casa dos Animais de Lisboa

Para o bem, fazer voluntariado está nos planos de cada vez mais pessoas. Queres ser voluntário? Podes dirigir-te ao lar da tua terra ou ao hospital mais próximo. Junto da tua associação ou federação académica também encontras certamente hipóteses. A maioria das organizações sociais oferecem projetos de voluntariado e com uma rápida pesquisa consegues chegar até elas, mesmo assim deixo aqui algumas sugestões.

 

          →  Não sabes por onde começar?

BOLSA DE VOLUNTARIADO: os classificados do voluntariado, um site onde se podem registar candidatos que querem “dar tempo por uma causa”, voluntários especialistas ou organizações que precisem de voluntários;

PORTAL DA JUVENTUDE: promovido pelo Instituto Português da Juventude (IPJ), agrega projetos de curta e longa duração (a pesquisa pode até ser feita pelos dias da semana em que se está disponível) por todos os distritos e em várias áreas de intervenção;

DO SOMETHING: plataforma online criada para motivar os jovens para causas, depois de se decidir qual é a causa, são apresentados projetos para escolha, caso nenhum agrade totalmente, não faltam dicas para criar o próprio projeto ou iniciativa.

 

          → Queres algo a tempo inteiro?

ASSOCIAÇÕES HUMANITÁRIAS DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS: o exemplo mais antigo de Portugal e pilar fundamental do exercício “Vida por Vida”;

CORPO NACIONAL DE ESCUTAS E ASSOCIAÇÃO DOS ESCOTEIROS DE PORTUGAL: procurando deixar o mundo melhor do que o encontraram, representam o maior movimento português de voluntários (e com mais associados também!);

MOVIMENTO TRANSFORMERS: acreditando que todos temos um “super-poder”, esta é uma forma de colocares o teu talento à disposição do outro, ou seja, criar “uma escola” onde ensinas algo que tu sabes fazer.

 

          → Tens pouco tempo?

MISSÃO PAÍS: ideal para universitários com “falta de tempo”, organizada idealmente por faculdades, é uma semana entre o 1º e o 2º semestre numa vila portuguesa em que te colocas completamente ao serviço, isto é, ajudando em qualquer tarefa que seja necessária;

RECADOS & COMPANHIA: para promover as relações intergeracionais, o IPJ criou uma rede de voluntariado cujo objetivo é mobilizar jovens dos 16 aos 30 anos para fazerem companhia ou pequenos recados a idosos que se vêm impossibilitados de os fazerem eles mesmos;

JUST A CHANGE: com duas modalidades no projeto, Camp In ou Keep Up, aqui trata-se de reabilitar casas (e, consequentemente, reconstruir vidas) num período de 7 a 12 dias e a experiência não é um problema, tudo se aprende.

 

          → O que tu gostavas mesmo era de um projeto internacional?

SERVIÇO VOLUNTÁRIO EUROPEU e CORPO EUROPEU DE SOLIDARIEDADE: espalhados pelos 27 Estados-membros e mais alguns locais, são 4000 os projetos de voluntariado (que podem ir até 12 meses) na base de dados da Comissão Europeia cujos jovens entre os 18 e os 30 anos se podem candidatar;

PARA ONDE?: outrora unicamente plataforma, agora associação que dinamiza projetos formativos e de intervenção em Portugal e congrega vários projetos internacionais, formandos os seus voluntários e acompanhando-os;

MAIS VALIA: criado pela Fundação Calouste Gulbenkian este projeto de voluntariado não é para jovens, é sim destinado a pessoas com mais de 55 anos que possam passar 2 meses num dos PALOP.

(Para projetos internacionais podes contactar diretamente com organizações com as quais te revês ou que apoiam causas com as quais te identificas, como a AIESEC, os LEIGOS PARA O DESENVOLVIMENTO, a PLATAFORMA DE APOIO AOS REFUGIADOS ou a MÉDICOS DO MUNDO.)

 

A função do voluntariado não é “tapar buracos”! Uma sociedade participante e responsável não deixa de exigir ao Governo aquilo que só ele pode fazer, mas é também capaz de agir por si mesma.

É preciso contrariar esta tendência de uma sociedade com bases individualistas, presa à ideologia do consumo e do “ter”. A grandeza do trabalho voluntário está principalmente aí, em não se suportar em nenhuma destas ideias, em dar um passo em frente rumo à construção de um mundo diferente, mais humano numa era de tecnologia.

Ser voluntário é ter um ideal por bem fazer e por fazer o bem bem feito, que parte da ideia de que o que cada um faz bem, pode fazer bem a alguém, tendo sempre presentes a igualdade e o pluralismo como meio para o exercício de uma cidadania ativa e consciente.

 

Think social, change the rules!

Rafaela de Melo

Fontes: Ajudamos, E-konomista, LinataeLinkedinNossa Causa, ObservadorPúblico 

Sobre Mim

Olá! Chamo-me Rafaela, tenho 21 anos, sou licenciada em Serviço Social e em breve iniciarei o mestrado em Economia Social.

O que mais gosto é de comunicar e aprender, o que me leva a envolver-me em projetos das mais diversas áreas: por isso estou na Forall Phones!

Sou embaixadora desde maio de 2018 e em junho integrei a Equipa do Blog, ficando responsável pela temática Forall Social.

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